quinta-feira, 29 de maio de 2008

Células-tronco: sinônimo de um futuro promissor para a cura de diversas doenças



Células-tronco: sinônimo de um futuro promissor para a cura de diversas doenças
Avanços contínuos em pesquisas que revelam e comprovam a alta capacidade terapêutica das células-tronco aumentam, cada vez mais, os dilemas e as perspectivas nos tratamentos de várias doenças complexas Capacidade de auto-renovação e diferenciação para a formação de diferentes tecidos do organismo vivo são características que fazem das células-tronco estruturas muito especiais. E mais do que isso: a esperança para o tratamento e para a cura de diversas doenças, muitas delas extremamente complexas para o entendimento da ciência médica até os dias de hoje.Saada R. S. Ellovittch, diretora médica da Cryopraxis – Criobiologia Ltda., no Estado de São Paulo, explica que as células-tronco são capazes de construir um organismo inteiro ou regenerar partes de um tecido lesado. “Quando em condições adequadas, funcionam como uma célula “coringa”, podendo se diferenciar ou se transformar em vários tipos de células do organismo. Essa capacidade é o que confere às células-tronco um enorme potencial no tratamento de diversas doenças.”
Com o envelhecimento populacional, tem ocorrido uma pressão crescente sobre a assistência médica para que sejam criadas novas opções terapêuticas. As células-tronco entram como matéria-prima na Medicina Regenerativa e Bioengenharia Tecidual com a perspectiva de reparo e reconstrução de tecidos e órgãos lesados por doenças crônicas e degenerativas. Vários protocolos de pesquisa têm demonstrado segurança e exeqüibilidade na utilização das células-tronco em doenças como o infarto do miocárdio, acidente vascular cerebral e esclerose múltipla. Utilizadas desde 1968, quando se começou a falar em transplante de medula, hoje, uma das principais utilizações das células-tronco é, realmente, o repovoamento da medula óssea após patologias que levam à sua destruição total (série vermelha, branca e plaquetária) ou parcial (apenas uma das séries). Elas também têm sido utilizadas no tratamento de doenças da linhagem de células vermelhas como na Anemia de Fanconi; no tratamento de doenças da linhagem de células brancas (imunodeficiências); e no tratamento de vários tipos de câncer, por exemplo, nas leucemias e no neuroblastoma. No momento, além das doenças malignas do sangue, como as leucemias e as doenças genéticas do sistema imunológico (imunodeficiências) e do sistema sangüíneo (hemoglobinopatias), as células-tronco também têm sido utilizadas em caráter experimental para o tratamento de doenças auto-imunes, como lúpus, esclerose múltipla, diabetes do tipo 1 e doenças degenerativas (aterosclerose, cirrose hepática, doença de Parkinson etc.).Existem algumas dúvidas quanto às diferenças entre as células-tronco embrionárias e as células-tronco adultas. As células-tronco adultas têm uma potencialidade mais restrita porque não são capazes de se diferenciar em qualquer tipo de tecido. São obtidas após o nascimento e podem ser encontradas em diversas partes do corpo humano. Porém, as mais utilizadas são as células do cordão umbilical e da medula óssea. As células-tronco adultas têm sido largamente usadas em centros de pesquisa em todo o mundo nas mais variadas áreas. Maria Helena Nicola, coordenadora de Pesquisa e Desenvolvimento da Cryopraxis – Criobiologia Ltda., dá alguns exemplos do uso clínico das células-tronco adultas. “Essas células são capazes de repovoar a medula óssea em pacientes com doenças malignas que requerem tratamento com altas doses de quimioterapia e/ou radioterapia. Elas podem também corrigir doenças nas quais a medula óssea (MO) funciona mal (deficiências imunológicas, anemia aplástica, desordem leucocitária, aplasia eritrocitária). Podem, ainda, ajudar a corrigir deficiências – chamadas Erros Inatos do Metabolismo – na síntese de proteínas essenciais para o funcionamento do organismo, cuja ausência produz lesões fatais.”
Já as células-tronco embrionárias são células indiferenciadas, derivadas de um embrião após cinco dias de fecundação com potencial para se tornarem qualquer tipo celular especializado. “As células-tronco embrionárias incluem células totipotentes, isto é, podem originar todos os tecidos do organismo”, é o que afirma Júlio Voltarelli, coordenador da Unidade de Transplante de Medula Óssea do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, da Universidade de São Paulo. No entanto, as células-tronco embrionárias ainda não foram suficientemente testadas e, portanto, seu uso terapêutico em humanos ainda não foi liberado. O assunto gera polêmica e foi manchete em todas as mídias brasileiras no início de março deste ano. No dia 5 de março, o Supremo Tribunal Federal (STF) suspendeu o julgamento que decidirá a liberação das pesquisas com células-tronco embrionárias humanas no país. Isso atrasará o processo em pelo menos um mês, segundo a própria assessoria do STF.Em maio de 2005, foi apresentada ao STF, pelo ex-procurador-geral da República Cláudio Fonteles, uma ação que pedia a revogação do artigo 5º da Lei de Biossegurança, que permite as pesquisas com células-tronco embrionárias. Aprovada em 2005, a lei libera o uso das células-tronco embrionárias em pesquisas ou no tratamento de doenças desde que sejam retiradas de embriões produzidos por fertilização in vitro, congelados há mais de três anos, ou que tenham se tornado inviáveis. Para utilizá-las, deve haver o consentimento dos genitores do embrião e a comercialização desse tipo de célula é proibida. “Este assunto é extraordinariamente complexo e envolve o conceito de quando começa a vida. Evidentemente que isso sendo permitido, teria que ter um controle ético muito importante para não ocorrer desvios. Esse me parece ser o problema principal”, opina Enio Buffolo, professor titular da disciplina de Cirurgia Cardiovascular da Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo. Na opinião de Maria Helena Nicola, “impedir este estudo será um enorme retrocesso para a ciência no Brasil”. “Os pacientes já podem esperar bons resultados com as células-tronco adultas, entretanto a capacidade comprovada das células-tronco embrionárias de se diferenciar em todos os tecidos as tornam uma fonte de pesquisa inspiradora. Por outro lado, o conhecimento da biologia dessa célula (quais são os controles de proliferação, compatibilidade e diferenciação) precisa ser mais bem estudado antes da liberação para o uso terapêutico”, enfatiza Maria Helena.Grandes avanços em pesquisas nos últimos temposNão param de surgir estudos e grandes descobertas com relação à aplicação terapêutica das células-tronco. Para Enio Buffolo, “estamos vivendo uma época de grande ebulição, na qual os conceitos são muito abrangentes, mas as aplicações terapêuticas ainda estão à espera de um lugar bastante sólido”. Júlio Voltarelli, coordenador da Unidade de Transplante de Medula Óssea do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, da Universidade de São Paulo, reforça que existem muitos avanços recentes tanto na área básica quanto na área clínica. “Na área básica, posso destacar a desdiferenciação de células somáticas com a inserção de genes que conferem a essas células características semelhantes às células embrionárias e, na área clínica, a possibilidade de tratamento de doenças auto-imunes e de doenças vasculares, como as arteriopatias periféricas”.A diretora médica da Cryopraxis – Criobiologia Ltda., no Estado de São Paulo, Saada R. S. Ellovittch, destaca a possibilidade da utilização de células-tronco inicialmente em doenças denominadas como “no option”, ou seja, sem qualquer tratamento conhecido pela medicina atual, a não ser o transplante. “Gostaria de chamar a atenção para um protocolo de pesquisa desenvolvido pela UNIFESP e pela Cryopraxis, o banco de células-tronco. Esse protocolo visa tratar pacientes com isquemia miocárdica severa, até então sem opção terapêutica cirúrgica ou clínica, pois todas já foram otimizadas e esgotadas. Os resultados preliminares têm se mostrado muito promissores”, garante Saada. Maria Helena Nicola, coordenadora de Pesquisa e Desenvolvimento da Cryopraxis – Criobiologia Ltda., enfatiza as células do sangue do cordão umbilical e da medula óssea. “Essas células contêm progenitores hematopoiéticos, mesenquimais e endoteliais. Devido a essa diversidade, elas têm sido usadas em terapias celulares de adultos e crianças, em um número cada vez maior de patologias. Nas estratégias de redução de tumores sólidos, o tratamento com células-tronco aumenta a sobrevida e reduz os efeitos adversos. Nas doenças auto-imunes, como artrite reumatóide, lupus eritomatoso sistêmico e diabetes tipo I, ou com componente auto-imune como esclerose lateral amiotrófica e esclerose múltipla, os transplantes com células-tronco já estão sendo testados. Estudos pré-clínicos em Acidentes Vasculares Cerebrais (AVC), doenças renais, doenças cardíacas, doença de Parkinson, Alzheimer e regeneração óssea e de cartilagem têm demonstrado a possibilidade de células-tronco do sangue de cordão umbilical se diferenciarem em osteo-blastos, condroblastos, adipócitos e neurônios, ampliando assim a possibilidade de uso destas células”.Apesar de dividir opiniões e ainda causar importantes ressalvas, o fato é que as células-tronco representam uma esperança para a resolução de problemas para os quais a ciência ainda não tem soluções. “Sabemos que todos os tecidos possuem uma reserva de células-tronco para a recuperação de pequenas lesões cotidianas. O que fazemos ao usar as células-tronco em terapias é possibilitar a recuperação tecidual provocada por lesões maiores, seja ativando as células-tronco residentes (ou teciduais), seja inibindo as reações inflamatórias na área da lesão ou, ainda, diferenciando-as em células do tecido alvo. O aumento da expectativa de vida da população faz com que as doenças ligadas à idade tenham uma maior incidência. Assim, terapias que previnam as doenças neuronais e cardiovasculares são o principal alvo dos estudos. A possibilidade de tratar e/ou prevenir essas doenças é a esperança que esta terapia nos traz”, afirma Maria Helena Nicola. Julio Voltarelli concorda. “As células-tronco representam uma esperança de resultados clínicos positivos (melhora ou cura) em um grande número de doenças degenerativas e inflamatórias incuráveis, como diabetes, aterosclerose, mal de Alzheimer, doença de Parkinson etc.” Para Saada R. S. Ellovittch, as células-tronco são uma promessa de novos tratamentos para velhas doenças. “O desenvolvimento das pesquisas com as células-tronco representam para a sociedade uma perspectiva de tratamento que substituirá as longas filas dos transplantes de órgãos e tecidos. Vai proporcionar à sociedade uma grande economia, pois diminuirá as reincidentes internações dos pacientes graves e crônicos, com uma terapia de custo intermediário, além de proporcionar melhor qualidade de vida”, acredita ela.E no Brasil?O Brasil tem avançado bastante nas pesquisas com células-tronco adultas para o tratamento de várias doenças. Existe uma série de estudos em andamento, alguns, inclusive, patrocinados pelo Ministério da Saúde, no sentido de averiguar o que tem de real e o que existe de otimismo sem justificativa neste campo de pesquisa. Maria Helena Nicola destaca o apoio do Ministério da Saúde no estudo Multicêntrico de Terapia Celular em cardiologia. “Esse estudo foi importante para impulsionar as pesquisas. Entretanto, é preciso que as diferentes instâncias ligadas às pesquisas aplicadas e clínicas tenham uma maior interação, permitindo maior agilidade na avaliação e liberação dos projetos. As agências reguladoras não estão conseguindo acompanhar a velocidade do avanço científico. A preocupação é que o Brasil, tendo sido pioneiro nas pesquisas com células-tronco em cardiologia e neurologia, perca o diferencial competitivo”, alerta.Para muitas publicações científicas e até mesmo revistas de grande renome na mídia internacional, como a Revista Time, o ano de 2007 foi um marco científico em termos de inovações na área de terapia gênica e celular, especialmente com relação às células-tronco. Enio Buffolo, professor titular da disciplina de Cirurgia Cardiovascular da Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo, diz que a terapia celular poderia se enquadrar nesse marco científico sim, mas alerta para a diferença entre a terapia celular e a terapia gênica. “A terapia gênica não é a mesma coisa que a terapia celular. Na terapia gênica, existe uma série de incógnitas a respeito da sua utilização. Ela é até mais antiga do que a terapia celular... Vendo de uma maneira otimista, eu creio que a terapia celular tem muita ligação com a Medicina Regenerativa. Quanto às projeções e expectativas para um futuro próximo, eu diria com certa ironia: é muito difícil fazer projeção, especialmente sobre o futuro.” Maria Helena Nicola considera o marco para a comunidade científica o ano de 2000, quando a Revista Nature mostrou a transformação de células-tronco em neurônios. “A partir daí, tivemos um enorme avanço neste campo, com a aplicação das células-tronco a um número cada vez maior de doenças. Essas células, obtidas tanto da medula óssea quanto do sangue de cordão umbilical, têm demonstrado um efeito promissor em doenças cardiovasculares, neuronais e auto-imunes. A translação do laboratório para o paciente teve seu ápice em 2007. Entretanto, são necessários muitos estudos clínicos para determinar o tipo celular apropriado, a dose celular, o método de transferência celular, o momento correto dessa transferência e os efeitos adversos para cada uma das doenças pesquisadas. Considerando que decorreram sete anos entre a publicação científica e um grande número de aplicações terapêuticas, ficamos otimistas quanto ao tempo em que a terapia celular esteja consolidada e possa beneficiar milhares de pacientes considerados hoje ‘sem opção’”.Parceria da ABCD com a Cryopraxis permite aos associados o congelamento das células-tronco do sangue do cordão umbilical de seus filhosDesde janeiro de 2001, a Cryopraxis Criobiologia Ltda., uma empresa pioneira dedicada à coleta, ao transporte, ao processamento, ao congelamento, ao armazenamento de longa duração e às análises biológicas de células-tronco do sangue do cordão umbilical, da placenta, da medula óssea, do sangue periférico, assim como de células e tecidos germinativos, executa um procedimento que promete ser uma revolução na terapia da leucemia e de doenças degenerativas. Através da técnica de congelamento utilizando nitrogênio líquido, a empresa armazena o sangue do cordão umbilical retirado dos bebês na hora do parto.O sangue de cordão umbilical é uma fonte segura e abundante de células-tronco prontamente disponível, eliminando a demora e as incertezas na busca de compatibilidade. Estas células apresentam baixa contaminação por vírus, incluindo citomegalovírus (CMV) e Ebstein-Barr (EB), ao contrário das células-tronco da medula óssea. “Nenhuma transformação maligna das células de SCUPH foi observada em nenhum receptor transplantado. Essas células são mais imaturas e mais jovens, portanto apresentam muito menor potencial de reações imunológicas ao receptor e uma capacidade superior de proliferação e de expansão, comparativamente com aquelas da medula óssea. Essas características únicas permitem que a reconstituição do sistema hematopoiético de pacientes, após tratamento mieloablativo, se efetue com um número de células nucleadas do sangue de cordão dez vezes inferior ao número de células derivadas da medula óssea. Ao contrário das células-tronco embrionárias, as células-tronco do sangue de cordão não possuem restrições éticas ao uso”, ressalta Maria Helena Nicola, coordenadora de Pesquisa e Desenvolvimento da Cryopraxis – Criobiologia Ltda. “O cordão umbilical é uma reconhecida e abundante fonte de células-tronco, descartado, infelizmente, após o parto, em milhares de maternidades no mundo todo diariamente. Por serem células recém-nascidas, portanto mais jovens que as células da medula óssea, terão a idade do paciente quando da sua utilização, apresentando telômeros longos, facilitando sua respostas na terapia celular. São congeladas antes da exposição a fatores ambientais carcinogênicos ou infecciosos. Uma vez armazenadas, estarão prontamente disponíveis a qualquer momento. É só descongelar. Ou seja, o tempo para o início do tratamento é zero, evitando o risco de longa fila de espera para localizar um material compatível. Muitas vezes o estado geral do paciente não permite espera. Armazenar o sangue de cordão do seu recém-nascido no banco privado significa que, se houver necessidade, haverá uma fonte de células-tronco prontamente disponível, sem risco de rejeição. Também há uma grande possibilidade que, caso um de seus familiares necessite, essas células sejam compatíveis. A literatura médica demonstra que o transplante de células-tronco tem o dobro de chances de sucesso quando as células são provenientes de um membro da mesma família em vez de um doador da população, como no banco público”, reforça Saada R. S. Ellovittch, diretora médica da Cryopraxis – Criobiologia Ltda., no Estado de São Paulo.A coleta de sangue de cordão umbilical e placentário permite o armazenamento das células-tronco. Após o nascimento do bebê, o cordão umbilical é clampeado e cortado pelo obstetra. Então, ocorre a coleta do sangue do cordão umbilical; um procedimento seguro, rápido, indolor e que não causa nenhum transtorno ou interferência com os procedimentos médicos habituais do parto, seja ele cirúrgico (cesariana), ou normal (natural). O objetivo é, nesse processo de coleta, a obtenção do máximo volume. O armazenamento é feito em tanques de nitrogênio a ultrabaixas temperaturas. “Na Cryopraxis, este armazenamento é feito na fase líquida do Nitrogênio a -190°C, com o exclusivo Sistema L.A.R. – Linha de Abastecimento Remota, o qual garante o fornecimento automático de Nitrogênio Líquido. Este sistema proporciona maior garantia, segurança e eficiência no armazenamento. A essa temperatura, as células podem permanecer armazenadas, sem perder suas características, por um longo período”, explica Maria Helena.Graças a uma parceria firmada com a Cryopraxis Criobiologia Ltda., a maior empresa de criobiologia do país e uma das maiores da América Latina, em julho do ano passado, associados da Associação Brasileira de Cirurgiões-Dentistas podem ter acesso a este enorme benefício de maneira extremamente vantajosa. Atualmente, o procedimento de coleta e processamento, incluindo a primeira anuidade, custa cerca de R$ 4.500,00 e as demais anuidades aproximadamente R$ 600,00. Mas, associados da ABCD têm a gratuidade da primeira anuidade e, ainda, 10% de desconto nas futuras anuidades cobradas para a manutenção do armazenamento do material.Mais informações podem ser obtidas na Central de Relacionamento da Cryopraxis, pelo telefone 0800 606 7777 ou na ABCD, pelo telefone (11) 2223-2333; ou ainda acesse o site http://www.cryopraxis.com.br/Por Bruna OliveiraAbril 2008Ano Nº 42 - Nº 612

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